30 junho 2012

CANCER MORAL


O mau-humor sistemático - vício de comportamento emocional - gera a irritabilidade que desencadeia inúmeros males no indivíduo, em particular, e no grupo social onde o mesmo se movimenta, em geral.
Desconcertando a razão, açula as tendências negativas que devem ser combatidas, fomentando a maledicência e a indisposição de ânimo.

Todos aqueles que o alimentam, transferem-se de um para outro estado de desajuste orgânico e psicológico, dando margem à instalação de doenças psicossomáticas de tratamento complexo como resultados demorados ou nenhuns.

Todas as criaturas têm o dever de trabalhar pelo próprio progresso intelecto-moral, esforçando-se por vencer as más inclinações.

O azedume resulta, também, da inveja mal disfarçada quanto do ciúme incontido.

Atiça as labaredas destruidoras da desavença, enquanto se compraz na observância da ruína e do desconforto do próximo.

Muitas formas de canceres têm sua gênese no comportamento moral insano, nas atitudes mentais agressivas, nas postulações emocionais enfermiças.


O mau-humor é fator cancerígeno que ora ataca uma larga faixa da sociedade estúrdia.

Exteriorização do egoísmo doentio, aplica-se à inglória tarefa de perseguir os que discordam da sua atitude infeliz, espalhando a inquietação com que se arma de forças para prosseguir na insânia que agasalha.

Reveste-te de equilíbrio ante os mal-humorados e violentos, maledicentes e agressivos.

Eles se encontram enfermos, sim, em marcha para a loucura que os vence sob o beneplácito da vontade acomodada.
Oscilantes nos estados dalma, mudam de um para outro episódio de revolta com facilidade, sem qualquer motivo justificável, como se motivo houvesse que justifique a vigência desse verdugo do homem.

Vigia as nascentes dos teus sentimentos e luta com destemor, nas paisagens íntimas, contra o mau-humor.

Policia o verbo rude e ácido, mantendo a dignidade interior e poupando-te ao pugilato das ofensas, decorrente do azedume freqüente.
Não olvides da gratidão, nas tuas crises de indisposição...
O amanhã é incerto.
Aquele a quem hoje magoas será a porta onde buscarás apoio amanhã.
Conquista o título de pacífico ou faze-te pacificador.
Todo agressor torna-se antipático e asfixia-se na psicosfera morbífica que produz.

O Evangelho é lição de otimismo sem limite e o Espiritismo que o atualiza para o homem contemporâneo convida à transformação moral contínua, sem termo, em prol da edificação interior do adepto que se lhe candidata ao ministério.

                                                                                                                                Autor: Joanna de Ângelis

24 junho 2012

O SILENCIO CURA

Quando o silêncio é profundo, transbordante de plenitude, quando não há mais nenhum desejo de som, quando há concentração completa em Deus, então, o pensamento, como uma flecha, encontra e se funde com sua meta; lá, a alma humana não apenas vê Deus, mas é absorvida na pureza daquele Ser; absorvida total, completa e absolutamente. Preenchida com a luz pura que agora se tornou seu ser, a alma irradia essa energia como paz e amor pelos outros; um farol vivo.
O silêncio é a ponte de comunicação entre o Divino e o divino no humano. O silêncio é o lugar onde eu encontro o que é mais precioso.

O silêncio espiritual é o posicionamento do coração e da mente em prontidão para a comunicação com Deus. Nem a comunicação é baseada nas palavras repetitivas, nem nas teorias intelectuais nem em pedir a satisfação de desejos limitados. A comunicação sagrada é a harmonização do "eu" original com O Eterno.

O silêncio espiritual me dá a energia pura e altruísta da Fonte Criadora, para sair do casulo da poeira e da rotina, abrindo os horizontes ilimitados de uma nova visão. Para me liberar da negatividade, preciso de silêncio. Absorto nas profundezas, eu me renovo. Nessa renovação, a mente fica limpa, facilitando uma percepção diferente da realidade. A percepção mais profunda de todas é a minha própria eternidade.

O ato de silêncio é tão necessário para viver, quanto a respiração o é para a vida física. A força para viver precisa encontrar um ponto de tranqüilidade a partir do qual eu começo e para o qual eu retorno todos os dias: um oásis de paz interior.

O silêncio leva minha energia mental e emocional para um ponto de concentração, no qual posso ficar tranqüilo. Sem essa tranqüilidade interior, transformo-me numa marionete, puxada para lá e para cá por muitos cordões das influências externas diferentes. Esse ponto interno de tranqüilidade é a semente da autonomia, que corta os cordões, e então interrompe a perda de energia.

O silêncio cura. O silêncio é como um espelho. Tudo é limpo. O espelho não culpa nem critica, mas me ajuda a ver as coisas como são, oferecendo um diagnóstico que me libera de todos os tipos de pensamentos errados. Como o silêncio faz isso? O silêncio renova a paz original do "eu"; uma paz que é inata, divina e, quando invocada, flui através do próprio ser, harmonizando e curando cada desequilíbrio. O silêncio é preenchido e preenche; gentil, poderosa e consistentemente ativo.
Para criar silêncio, dou um passo para dentro. Conecto-me com o meu "eu" eterno, a alma. Nesse espaço de perfeita tranqüilidade, como em um ventre eterno, o processo de renovação e reestruturação começa. Lá, um novo padrão de energia pura é tecido.

Este artigo foi extraído de sua brochura "The Alpha Point" - O Ponto Alfawww.editorabk.org.br

 No silencio nos encontramos com Deus, com nossos erros, com nossas dores e nos encontramos coma a paz e a saúde, com a energia universal que nos cura, se o desejo for de coração e em verdade.

17 junho 2012

O PODER DA ORAÇÃO


Quando o ser humano se apercebe das infinitas possibilidades de que dispõe através da oração, conceder-lhe-á mais atenção e cuidados.

Força dinâmica, responsável pelo restabelecimento de energias, é constituída de vibrações específicas  que penetram o orante, mantendo-lhe a vinculação com as Fontes Inexauríveis de onde procedem os recursos vitais.

Em razão da intensidade e do hábito a que o individuo se permita, torna-se valioso instrumento para a conquista da paz e a preservação da alegria, nele instaurando um estado de receptividade permanente das vibrações superiores que ser encontram espalhadas no Cosmos, preservando-lhe a saúde, gerando-lhe satisfação intima e proporcionando-lhe inspiração nas mais variadas situações do caminho evolutivo.

Como consequência, nenhuma louvação, rogativa e gratidão expressas através da prece fica sem resposta adequada, desde que os sentimentos acompanham-lhe o curso oracional.
 Manuel P. de Miranda

09 junho 2012

DOENÇAS ESPIRITUAIS

O pensamento é força criadora, proveniente do Espírito que o impulsiona. A energia mental que o pensamento exterioriza, exerce total influência no corpo espiritual, modificando a sua forma, aparência e consistência. Cada um de nós vive em sintonia com o ambiente espiritual que as suas atitudes e desejos constroem para si próprio. No meio médico, os alemães costumam dizer que "só tem saúde aquele que ainda não foi examinado". Do ponto de vista espiritual, uma afirmação desse tipo, longe de ser um exagero, é uma verdade que só aquele que não se deteve a examinar a sua consciência pode contestar

Considerando a fisiopatogenia das doenças espirituais costumamos adotar o seguinte conjunto de diagnósticos:
- Doenças espirituais auto-induzidas: desequilíbrio vibratório e auto-obsessão;
- Doenças espirituais compartilhadas: vampirismo e obsessão; Mediunismo; Doenças cármicas.

Desequilíbrio vibratório: A aparência e a relação entre o corpo físico e o corpo espiritual dependem exclusivamente do fluxo de ideias que construímos. O ser humano ainda perde muito dos seus dias com a crítica aos semelhantes, o ódio, a maledicência, as exigências descabidas, a ociosidade, a cólera e o azedume, entre tantas outras reclamações levianas contra a vida e contra todos. É essa desarmonia que desencadeia as costumeiras sensações de mal-estar, a fadiga sistemática, a dispneia em que o ar parece sempre faltar, os músculos que doem. A enxaqueca que o médico não consegue eliminar, a digestão que nunca se acomoda e tantas outras manifestações tidas como doenças psicossomáticas. São tantos a procurar os médicos, mas muito poucos a dedicar-se a uma reflexão sobre os prejuízos das suas mesquinhas atitudes.
A auto-obsessão: O pensamento é energia que constrói imagens que consolidam em torno de nós um campo de representações das nossas ideias. À custa dos elementos absorvidos do fluido cósmico universal, as ideias tomam formas, sustentadas pela intensidade com que pensamos no que essa ideia propõe. A matéria mental constrói em torno de nós uma atmosfera psíquica (psicosfera) na qual estão representados os nossos desejos. Nesse cenário, estão os personagens que nos aprisionam o pensamento pelo amor ou pelo ódio, pela inveja ou pela cobiça, pela indiferença ou pela proteção que projetamos para os que queremos bem. Da mesma forma, os medos, as angústias, as mágoas não resolvidas, as ideias fixas, o desejo de vingança, as opiniões cristalizadas, os objetos de sedução, o poder ou os títulos cobiçados, também se estruturam em ideias-formas. A partir daí, seremos prisioneiros do próprio medo, dos fantasmas da nossa angústia, das imagens dos nossos adversários, da falsa ilusão dos prazeres terrenos ou do brilho ilusório das vaidades humanas. A matéria mental produz a imagem ilusória que nos escraviza. Por capricho nosso, somos obsidiados pelos próprios desejos.
As doenças espirituais compartilhadas: Incluímos aqui o vampirismo e a obsessão.
Vampirismo: O mundo espiritual é povoado por uma população numerosíssima de espíritos. Contamos com eles como guias e protetores mas, na maioria das vezes, nós atraímo-los pelos vícios e eles aprisionam-nos pelo prazer. Nesses desvios da conduta humana, a mente do responsável agrega em torno de si elementos fluídicos que, aos poucos, vão construindo miasmas psíquicos com extrema capacidade corrosiva do organismo que a hospeda. Nessa associação, há uma tremenda perda de energia por parte do responsável pelo vício, daí a expressão vampirismo ser muito adequada para definir essa parceria.
Obsessão: Em muitas ocasiões do passado, já tivemos oportunidade de participar de grandes disputas financeiras, de crimes que a justiça terrena não testemunhou, de aborto clandestino que as alcovas esconderam e de traições que a sociedade repudiou e escarneceu. Nos rastos dessas mazelas humanas, nós todos, sem exceção, estamos endividados e altamente comprometidos com outras criaturas, também humanas e exigentes como nós mesmos que, agora, nos estão a exigir a cobrança de dívidas a que nos furtámos noutras épocas e a persistir no seu domínio procurando dificultar-nos a subida mais rápida para os mais elevados estágios da espiritualidade. Embora a ciência médica de hoje ainda não a traga nos seus registos nosológicos, a obsessão espiritual, na qual uma criatura exerce o seu domínio sobre a outra, é, de longe, o maior dos males da patologia humana.
Mediunismo: Manifestações sintomáticas apresentadas por aqueles que iniciam as suas manifestações mediúnicas.
Doenças cármicas: Sempre que, pelas nossas intemperanças, descuramos os cuidados com o nosso corpo e prejudicamos o equilíbrio físico ou psíquico do nosso próximo, estamos imprimindo esses desajustes nas células do corpo espiritual que nos serve. Mais do que a cura das doenças, a medicina tibetana, há milénios, ensinava que médico e pacientes devem buscar a oportunidade da iluminação. Os padecimentos pela dor, e as limitações que as doenças trazem, possibilitam-nos o esclarecimento se nos predispusermos a buscá-lo. Mais importante do que aceitar o sofrimento numa resignação passiva e pouco produtiva, torna-se necessário superar qualquer limitação ou revolta, para promovermos o crescimento espiritual, através dessa descoberta interior e individual.

Retirado de “O Cérebro e a Mente” de Núbor Orlando Facure - especialista em neurologia, neurocirurgião, ex-professor titular de neurocirurgia da UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas. Atualmente, é diretor do Instituto do Cérebro de Campinas