15 maio 2012

DISCIPLINA



Certas palavras e expressões às vezes têm seu sentido deturpado ou reduzido.

Assim ocorre com a palavra disciplina, freqüentemente entendida como submissão a um agente externo.  O termo remeteria à ação que sujeita a vontade de outrem.  Por exemplo, o pai que disciplina seu filho ou o comandante que conduz suas tropas sob um regime disciplinar severo.

Embora a disciplina sob o aspecto exterior seja necessária, ela a tal não se circunscreve.

Na realidade, é sob o prisma interno que a disciplina revela seu mais rico potencial.

Trata-se de uma virtude que viabiliza a aquisição de todas as outras.  Sem disciplina, não há avanço e transformação moral e intelectual.  A criatura indisciplinada permanece como sempre foi.

Seus vícios e debilidades não encontram firme oposição e os mesmos erros são incessantemente repetidos.  A disciplina atua no plano da vontade.  Ela estabelece regras e define como deve ser o comportamento futuro.  O homem disciplinado diz a si mesmo que deve fazer e se mantém firme no propósito.  Mesmo contra seus interesses e tendências naturais, segue o programa de melhoramento que se impôs como meta.  A disciplina consiste em uma força interior que permite a alteração de velhos hábitos.

Não se trata apenas de decidir ser melhor, mas de colocar em prática o que se decidiu.  Certamente há vacilos, mas logo o homem disciplinado retoma seu projeto inicial.  Ele não se permite desistir, quando percebe a viabilidade da meta que elegeu para si.  Todos os Espíritos, atualmente vinculados à Terra, já passaram por incontáveis encarnações.  No longo processo de aprendizado, cometeram muitos equívocos e desenvolveram maus hábitos.

Certas tendências do pretérito remoto ainda hoje se fazem presentes nos homens.  Nos primórdios da evolução, o Espírito era despido de cogitações intelectuais e morais mais complexas.  As preocupações do ser resumiam-se à preservação da vida e à perpetuação da espécie.  O tempo não gasto com a satisfação dessas necessidades era dedicado ao ócio.  Assim, o gosto excessivo pelo descanso lembra as fases primitivas da existência imortal.  O mesmo ocorre com a preocupação desmedida com alimentação e sexo.

Nada há de errado com a satisfação das necessidades elementares da vida, em um contexto de dignidade.  O vício reside no excesso e na fixação do pensamento em atividades que são meramente instrumentais.  A destinação do Espírito humano é excelsa.  Compete-lhe vencer a si mesmo, libertar-se de hábitos primários e preparar-se para experiências transcendentais do intelecto e do sentimento.  Ocorre que isso somente é possível com muita disciplina.  Sem uma vontade firme aplicada na correção do próprio comportamento, ninguém avança.  Maus hábitos, como maledicência, gula, preguiça e leviandade sexual, não somem por si sós.

Eles devem ser corajosamente enfrentados e subjugados.  O abandono de vícios é lento e doloroso.

No princípio, o esforço necessário é hercúleo.  Mas gradualmente se percebe o peso que representam as más tendências.  Surge uma sensação de liberdade e de leveza, com a adoção de um padrão digno de comportamento.  Então, o que era difícil se torna fácil e prazeroso, pois a disciplina gera a espontaneidade.

Pense nisso.
Texo : Forum Espirita 



05 maio 2012

EMMANUEL

A alma que não alcançou a perfeição na vida corpórea, como acaba de depurar-se?
Suportando a prova de uma nova existência.
Como a alma realiza essa nova existência? É por sua transformação como Espírito?
Depurando-se, a alma sofre, sem dúvida, uma transformação, mas, para isso lhe é necessária a prova da vida material.
A alma passa, pois, por várias existências corporais?
Sim, todos nós passamos por várias existências físicas. Os que dizem o contrário, pretendem manter-vos na ignorância
em que eles próprios se encontram, esse o seu desejo.
Parece resultar desse princípio que a alma, depois de deixar um corpo toma outro ou, então ela se reencarna em novo
corpo, é assim que se deve entender?
É evidente.
Qual é o objetivo da reencarnação?
Expiação, aprimoramento progressivo da Humanidade, sem o que, onde estaria a justiça?
O número de existências corporais é limitado, ou, o Espírito se reencarna perpetuamente?
A cada nova existência o Espírito dá um passo no caminho do progresso, quando se despojou de todas as suas
impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal.
O número de encarnações é o mesmo para todos os Espíritos?
Não, aquele que caminha depressa se poupa das provas. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito
numerosas porque o progresso é quase infinito.
Em que se transforma o Espírito depois da sua última encarnação?
Espírito bem-aventurado, é um Espírito puro.
Do Livro: “O Livro dos Espíritos”